sábado, 15 de dezembro de 2007

Agradecimentos

O ciclo de exposições 2x8 (dois meses x oito artistas), que teve lugar na sala de exposições temporárias do Atelier-Museu António Duarte de Outubro a Dezembro de 2007, representa o “criar do desejo”. Diz-se isto de uma forma carinhosa porque representa uma fractura, uma senda, naquilo que é deverás necessário em cidades como as Caldas da Rainha. Trata-se de mobilizar forças, de mobilizar as populações (caldense e estudantil), de estar presente na apresentação de novos formatos artísticos, de ser-lhe possível antever o que de mais “novo” se produz em termos de arte contemporânea portuguesa.

O convite que foi estendido a oito artistas plásticos, todos com um percurso assinalado na arte contemporânea portuguesa (e outros também a nível internacional), fizeram-se representar nos mais diversos formatos. Durante estes meses foi possível ver num só espaço a reinvenção de médiuns tradicionais como a escultura (Alexandra Marcos e Susana Pires), a pintura (Susana Rosa), passando pela mostra de instalações (Eusébio Almeida) e a vídeo arte (Filipa César, David Etxeberria e Susana Anágua). Apostou-se num programa multidisciplinar que pudesse enriquecer tanto a programação cultural caldense, como os horizontes daqueles que estiveram presentes.

Por outro lado, e já em termos académicos, estiveram representadas as escolas de arte nacionais, desde a nossa querida escola das Caldas (ESAD.cr), e as centenárias escolas de arte do Porto (FBAP) e de Lisboa (FBAL).

Por outro lado, tivemos um apoio enorme, através de uma linha de retaguarda de peso, desde galerias como a Cristina Guerra, a Galeria Sete, a Galeria Presença, a Galeria Arteko e (Espanha), ao apoio essencial da Câmara Municipal das Caldas e do incansável, mas fantástico, Centro de Artes (em termos de espaço e em tudo quanto foi, humanamente, possível).

Colaboraram na produção deste extenso evento diversos comissários, críticos, galeristas e amigos, contribuindo na feitura dos textos de artistas e na divulgação do evento. Para toda estes amigos os agradecimentos nunca serão o suficientes. Tivemos uma linha de divulgação desde os sites do ministério da cultura, da câmara das Caldas da Rainha, de plataformas de divulgação como o e-vai e a arte capital. Em termos de imprensa é de salientar o apoio da Gazeta das Caldas, do Jornal e da Região de Leiria, do Jornal de Letras, da Visão, do Diário de Noticias, entre outros que me, por lapso, possam escapar…

No fundo, tentamos exercer no museu algo fora das suas funções representativas de colecção, didácticas ou memoriais. Pusemos em prática algo que, como Pedro Lapa recentemente afirmou, reformula o conceito de museu: «se não tem actividade temporária, não se reformula», ou pior, não atrai… e torna-se um mausoléu.

A todos os que, directa ou indirectamente, apoiaram, acarinharam e acreditaram neste projecto, os meus agradecimentos!

Para o ano quem sabe…

domingo, 9 de dezembro de 2007

Inauguração de CADEIRA de Alexandra Marcos

apoio: e-vai


Inaugurou em 13 de Dezembro pelas 21 horas, a exposição CADEIRA de

Alexandra Marcos.
Esta exposição continua no seguimento do ciclo de exposições 2x8 apresentando novas produções deste grupo de artistas.Alexandra Marcos apresenta-nos escultura que estará patente até dia 17 de Dezembro finalizando esta primeira edição deste ciclo de exposições.




Escada, 2006 (exposta, actualmente, na mostra de jovens criadores)


Alexandra Marcos

Alexandra Marcos (1977) nasce em Leiria, vive e trabalha em Caldas da Rainha. Licenciada em Artes Plásticas pela Escola Superior de Tecnologia Gestão e Arte e Design nas Caldas da Rainha. (ESTGAD). Já participou em diversas exposições das que se destacam: Jovens Criadores (Centro de Congressos de Lisboa, 2007), Exposição colectiva ”Encontros” (Sport Operário Marinhense. MG, 2006), Festival Audiovisual Zemos98 (Sevilha, 2005), Exposição colectiva Inaugural na Casa do Pelourinho, (Óbidos, 2004) Evento Sentidos Grátis 6.0 (Coimbra, 2003), Exposição de Finalistas, (Centro Cultural de Lagos, 2003), Exposição de Finalistas, (Galeria Osíris, Caldas da Rainha, 2002).





Isto é uma cadeira de papel…

A obra recente de Alexandra Marcos desenvolve-se sempre numa estreita ligação com o corpo. Mesmo quando se trata de um corpo ausente, o inconsciente leva-nos a criar esta parceria. À partida, os objectos que representa estão subjacentes ao universo da interacção humana, à intervenção, produção e criação do homo faber. Assim, temos em obras como Escada (2006), recentemente seleccionada para o Jovens Criadores 2007, e em Capacete (2005), um género de descrição que nos pode guiar através três pontos fulcrais: Objecto, forma e conceito.


No objecto, tenta-se estabelecer tanto a desconfiguração com a própria desapropriação da função principal do objecto (os escadotes, as luvas, os capacetes, etc…). Estes, perdem a função para a qual foram inicialmente configurados e ganham uma aura própria. Depois, na sua produção, executada num material extremamente vulnerável (papel de seda) e de inconcebível leveza, transporta-nos para outros universos ainda por descobrir.



Quanto à forma, a sua estrutura e a sua escala relacionam-se directamente com corpo do espectador. São formas que são representadas, são formas comuns e anónimas do quotidiano. São corpos ausentes, mas que nos remetem para uma acção mental.


No conceito está imanente, não literalmente, mas empiricamente, o transporte para uma consciência da vida e da morte. Esta ideia, mesmo que antagónica, faz bastante sentido se pensarmos na nossa efémera existência e na própria efemeridade da arte. Somos projectados para uma vida na qual fazemos parte por um mero acaso, no qual a morte é o inevitável desfecho do nosso destino.


Alexandra Marcos coloca a suas obras no cruzamento de interpelações que geram a essência paradoxal do conjunto da sua produção, exige uma coabitação tensional de conceitos aparentemente incompatíveis: arte/banal, territorial/nómada, natural/artificial, belo/sublime, afecto/agressão, ordem/desassossego, objecto/desmaterialização, peso/leveza. As suas peças combinam com o rigor formal e com as cicatrizes da execução técnica, o pleno da estrutura e o vazio do volume.

Já quanto aos objectos, na curiosidade dos seus materiais, transcendem e ultrapassam as nossas vidas permanecendo por cá… Assim, neste trabalho, nesta reconfiguração, nesta operação através de objectos comuns, inaugura a tentativa de estabelecer uma reviravolta na produção da escultura.


David Etxeberria
Novembro de 2007

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Inauguração de Susana Anágua

Inaugurou em 06 de Dezembro pelas 21 horas, a exposição de Susana Anágua.
Esta exposição continua no seguimento do ciclo de exposições 2x8 apresentando novas produções deste grupo de artistas.Susana Anágua apresenta-nos vídeo-intalação que estará patente até dia 10 de Dezembro finalizando esta primeira edição deste ciclo de exposições.

SUSANA ANÁGUA

Nasceu em Lisboa em 1976, vive e trabalha em Lisboa. Licenciou-se em Artes Plásticas na ESAD .CR. e já participou nas mais diversas exposições das que se destacam: “Natureza Mecânica, Episódio 2: A Desorientação” (Galeria Presença, Porto, 2007); Esferas (Espaço de Cultura Material Contemporânea e Arte, Castelo Branco, 2004); Labor.04 (Galeria Fernando Santos, Espaço Alternativo – Padaria, 2004); Sete artistas ao décimo mês (Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2005), E=mc2 (2005, Museu Nacional da Ciência e da Técnica, Coimbra); AntecipArte 2005 (Estufa Fria, Lisboa, 2005); Bartolomeu 5 (Lisboa, 2005).
Está representada nas mais diversas colecções das que se destacam: Colecção António Veiga Pinto, Colecção António Cachola – Museu de Évora e Colecção Fundação PLMJ

apoio:
galeria sete
galeria presença




Kaamos, Aurora Boreal Vídeo loop, 2005.

«Partindo da ideia de que imagem é luz, a televisão é por excelência a caixa mais intensa de luz que podemos ter acesso. Normalmente enquanto utilizadores comuns de um meio quente banalizado pelo excesso não tomamos consciência do seu funcionamento mais intrínseco. O desenvolvimento tecnológico também não previa a autonomia e a complexidade que a máquina poderia atingir, projectando-a para o domínio do poético. A “máquina” pode não ser só produtora de sucessos mas também de erros, e é nesta base de conceitos que desenvolvo este trabalho. O vídeo parte do registo de uma televisão que por deficiência se torna geradora de uma nova imagem/paisagem sem matriz nem referente. »


Susana Anágua

2007