domingo, 9 de dezembro de 2007

Inauguração de CADEIRA de Alexandra Marcos

apoio: e-vai


Inaugurou em 13 de Dezembro pelas 21 horas, a exposição CADEIRA de

Alexandra Marcos.
Esta exposição continua no seguimento do ciclo de exposições 2x8 apresentando novas produções deste grupo de artistas.Alexandra Marcos apresenta-nos escultura que estará patente até dia 17 de Dezembro finalizando esta primeira edição deste ciclo de exposições.




Escada, 2006 (exposta, actualmente, na mostra de jovens criadores)


Alexandra Marcos

Alexandra Marcos (1977) nasce em Leiria, vive e trabalha em Caldas da Rainha. Licenciada em Artes Plásticas pela Escola Superior de Tecnologia Gestão e Arte e Design nas Caldas da Rainha. (ESTGAD). Já participou em diversas exposições das que se destacam: Jovens Criadores (Centro de Congressos de Lisboa, 2007), Exposição colectiva ”Encontros” (Sport Operário Marinhense. MG, 2006), Festival Audiovisual Zemos98 (Sevilha, 2005), Exposição colectiva Inaugural na Casa do Pelourinho, (Óbidos, 2004) Evento Sentidos Grátis 6.0 (Coimbra, 2003), Exposição de Finalistas, (Centro Cultural de Lagos, 2003), Exposição de Finalistas, (Galeria Osíris, Caldas da Rainha, 2002).





Isto é uma cadeira de papel…

A obra recente de Alexandra Marcos desenvolve-se sempre numa estreita ligação com o corpo. Mesmo quando se trata de um corpo ausente, o inconsciente leva-nos a criar esta parceria. À partida, os objectos que representa estão subjacentes ao universo da interacção humana, à intervenção, produção e criação do homo faber. Assim, temos em obras como Escada (2006), recentemente seleccionada para o Jovens Criadores 2007, e em Capacete (2005), um género de descrição que nos pode guiar através três pontos fulcrais: Objecto, forma e conceito.


No objecto, tenta-se estabelecer tanto a desconfiguração com a própria desapropriação da função principal do objecto (os escadotes, as luvas, os capacetes, etc…). Estes, perdem a função para a qual foram inicialmente configurados e ganham uma aura própria. Depois, na sua produção, executada num material extremamente vulnerável (papel de seda) e de inconcebível leveza, transporta-nos para outros universos ainda por descobrir.



Quanto à forma, a sua estrutura e a sua escala relacionam-se directamente com corpo do espectador. São formas que são representadas, são formas comuns e anónimas do quotidiano. São corpos ausentes, mas que nos remetem para uma acção mental.


No conceito está imanente, não literalmente, mas empiricamente, o transporte para uma consciência da vida e da morte. Esta ideia, mesmo que antagónica, faz bastante sentido se pensarmos na nossa efémera existência e na própria efemeridade da arte. Somos projectados para uma vida na qual fazemos parte por um mero acaso, no qual a morte é o inevitável desfecho do nosso destino.


Alexandra Marcos coloca a suas obras no cruzamento de interpelações que geram a essência paradoxal do conjunto da sua produção, exige uma coabitação tensional de conceitos aparentemente incompatíveis: arte/banal, territorial/nómada, natural/artificial, belo/sublime, afecto/agressão, ordem/desassossego, objecto/desmaterialização, peso/leveza. As suas peças combinam com o rigor formal e com as cicatrizes da execução técnica, o pleno da estrutura e o vazio do volume.

Já quanto aos objectos, na curiosidade dos seus materiais, transcendem e ultrapassam as nossas vidas permanecendo por cá… Assim, neste trabalho, nesta reconfiguração, nesta operação através de objectos comuns, inaugura a tentativa de estabelecer uma reviravolta na produção da escultura.


David Etxeberria
Novembro de 2007

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