terça-feira, 6 de novembro de 2007

Inauguração 24 HORAS de Susana Pires

Inaugurou no dia 08 de Outubro, pelas 21 horas, na sala de exposições temporárias do Atelier-Museu António Duarte diversas obras da Artista Plástica Susana Pires (instalação e desenho).

Susana Pires nasceu em 1980. Vive e trabalha entre Montemor-o-Novo e Lisboa. Estudou Pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Participou em várias exposições: Anteciparte 2005 (Estufa-Fria, Lisboa, 2005); XIII Bienal Internacional de Arte de Vila Nova de Cerveira; VIII Bienal de Artes Plásticas da Cidade do Montijo; Festival Transforme Zone, (Alverca); Finalistas de Pintura da F.B.A.U.L., (Galeria da Mitra, Lisboa, 2005); Mostra Nacional de Jovens Criadores ’03 (Silves, 2004); Exposição Colectiva “Utopia 9” – Tapeçaria Contemporânea. (Sala da Nora, Castelo Branco, 2003)

«Susana Pires, trabalhando com materiais têxteis, quentes na cor e no tacto, reelabora os fundamentos da escultura na afectividade material e na interactividade proposta à (literal) envolvência do público.

Existe, na maioria dos trabalhos de Susana Pires, um constante diálogo presencial com o corpo enquanto tema privilegiado. Através das suas esculturas, tão esclarecedoras, dir-se-ia direccionada a corpos e a personagens, a representações de ausência, a representações do invisível, ou melhor a sentimentos.

Voltando, de algum modo, a trabalhos anteriores, relembramos nestas peças os seus "abraçatórios", peças que apelam ao tacto e ao contacto do espectador. Assim, a noção clássica de obra de arte, e de escultura, perde-se pelo caminho e ganha-se toda uma nova vertente que atravessa a ambiguidade da interactividade através do material que a constitui. A sua forma perde na figuração, que não é o mais importante, em favor da textura, do contacto, do envolvente.

A autora traz consigo uma reflexão sobre a forma plástica ou, mais concretamente, uma meditação sobre os próprios meios de produção, reprodução e transfiguração do espectador através da arte. Importará não excluir a importância do papel funcional do espectador. As suas peças aguardam o seu contacto e a sua experimentação empírica, estão disponíveis para ser experimentadas, tocadas, vestidas e encaixadas no corpo dos transeuntes. A peça apenas está completa neste momento.

O papel protésico da obra “A Ilusão do Herói” não é, de modo algum, uma afirmação forçada, mas uma constatação. O alargar, o equipar e o aconchegar de modo a estabelecer relações entre obra e espectador, de modo a criar um diálogo táctil entre um Eu e um Outro, um corpo e uma prótese.

Em suma, as suas obras, «são formas para ser usadas, vestidas, entendidas como um jogo com o próprio e a ausência do outro», um eterno contacto»


David Etxeberria

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